Doenças e Cuidados

Tipos de Doenças

03:39 Bênny Fernandes 1 Comentarios

Há várias doenças conhecidas e tratáveis de peixes ornamentais. Com o tempo, o hobbysta vai adquirindo experiência para diagnosticá-las e tratá-las. Mas mesmo o mais experiente criador pode ficar na dúvida sobre os sintomas e o melhor tratamento. É fundamental estar certo sobre o diagnóstico antes de iniciar qualquer tratamento pois, caso contrário, a cura pode ser mais prejudicial que a doença.
Existem doenças, como o íctio, que podem ser combatidas apenas alterando algumas condições da água do aquário, sem o uso de medicamentos. Existem outras que necessitam de antibióticos e um aquário hospital para administração dos mesmos. Muitas doenças, aliás, a grande maioria delas, se manifesta quando as condições da água do aquário começam a ficar inaceitáveis para os habitantes. Por isso, a troca parcial de água (20%), com água tratada, é sempre recomendada como umas das primeiras coisas a serem feitas na iminência de qualquer doença. Entre as coisas que eu aconselho para a farmácia do aquarista estão diversos itens voltados apenas para a manutenção e melhora das condições da água.
Todo peixe é provido de um muco protetor à volta da pele, que o torna praticamente invulnerável a doenças ou parasitas. Quando o seu estado geral de saúde decai, estas defesas naturais enfraquecem e então o peixe é vítima dos micróbios ou parasitas que poluíam na água em sua volta. Se isso acontece com os peixes que vivem em cativeiro, é geralmente culpa do criador que não os alimentou devidamente, não lhes deu a temperatura correta, os deixou num recipiente com pouca oxigenação, ou lhes deu, como companheiro, um peixe já contaminado. As epidemias, quando se manifestam no aquário, têm de um modo geral, efeitos arrasadores. A mortandade é tremenda, a menos que se tome as providências que cada caso requer. As doenças mais comuns são:

ÍCTIO
Também chamada de Ictioftiríase ou "Doença dos pontos brancos", é provocada por um protozoário parasita chamado Ichthyophthirius multifiliis, que ataca peixes enfraquecidos por qualquer motivo, como por exemplo uma descida brusca de temperatura da água ou uma alimentação deficiente.
É uma das doenças mais temidas pelos aquariófilos, pela rapidez com que se propaga, podendo infectar todos os peixes de um tanque em questão de dias. O peixe se apresenta todo cheio de pontinhos brancos: o parasita penetra na epiderme do peixe, onde aumenta de volume provocando inchações pela irritação. O peixe sacode-se, rebolando-se sem sair do lugar, perde o colorido, fecha as nadadeiras e se esfrega nas plantas e pedras. Quando estes sintomas se manifestam podemos ter a certeza de que estamos enfrentando o Íctio e que são necessárias providências imediatas para não perdermos todos os peixes.
O parasita não pode ser combatido dentro do peixe. Passado algum tempo, perfura a pele e cai no fundo do aquário. É então que devemos atacá-lo, pois se não for atacado nessa altura, se enquistará no fundo da areia, onde se multiplicará por divisão e, dois dias depois, legiões de filhotes subirão às águas procurando uma vítima onde possam alojar-se, para alimentar-se e crescer. A quantidade de filhotes que um Ichthyophthyrius pode produzir por divisão é tremenda, podendo chegar a 1200 novos parasitas. Numa água sem peixes os parasitas morrem em poucos dias, de modo que, se num aquário habitado, essa praga se declarar, além das razões citadas no início, é porque foi introduzida por algum peixe ou planta vindos de um local com água já contaminada.
O melhor remédio é o azul de metileno a 1%, que deve ser misturado a uma quantidade de água do aquário que foi posta em um recipiente com o peixe afetado, até esta tomar uma cor ligeiramente azulada. O mercurocromo, na proporção de uma gota para cada 5 litros, também dá bons resultados. Repetir o tratamento a cada dois dias, durante uma semana, deixando desligado o filtro, se houver. Aumentar ligeiramente a temperatura da água, pois isso encurta o tempo de permanência no peixe, forçando-o a sair para reproduzir-se. Na proporção indicada, o azul de metileno é completamente inofensivo, até para os menores peixes, parecendo que apenas afeta as plantas. Se bem que seja, como vimos anteriormente, uma doença muito contagiosa, não chega a causar mortes no aquário quando controlada a tempo.

FUNGOS
Existem em qualquer água e nela vivendo como plâncton, os esporos destes fungos atacam peixes feridos ou enfraquecidos. Um peixe saudável é completamente imune. Qualquer ferida deve ser imediatamente desinfetada com mercurocromo para evitar uma posterior invasão destes fungos. Ao atacar os peixes, esta doença tem o aspecto de pequenos tufos de algodão, bem brancos, pelo que é fácil descobri-la e controlá-la logo no início. Depois de obtida a cura, a água do aquário deve ser trocada. O banho de sal não deve ser desprezado.
 
BARBATANAS ROÍDAS
Trata-se de uma infecção que provoca a destruição dos tecidos das barbatanas, principalmente da caudal, onde são mais abundantes as células cromatóforas e os melanomas, podendo, em estado avançado, atacar também algumas partes do corpo nas proximidades das barbatanas. Neste caso é aconselhável isolar o peixe. Resulta geralmente de grande quantidade de matéria orgânica em decomposição no aquário, o que origina uma grande quantidade de bactérias na água. Deve-se fazer uma limpeza no aquário e usar um desinfetante próprio para o fim. Quanto ao peixe, é necessário fazer uma pequena cirurgia para remoção do tecido afetado afim de não comprometer o tecido saudável.

HIDROPSIA
Causada por uma bactéria chamada Pseudomonas punctata. Esta doença consta de uma invasão dos tecidos e cavidades do corpo por um fluido seroso, provocando a morte. O peixe fica tão inchado que as escamas se eriçam chegando a ficar em ângulo reto com o corpo. Como não existe cura para esta doença e o sofrimento da vítima é manifesto, o melhor é acabar com a agonia do peixe. Isso se consegue, de modo mais rápido e indolor, jogando o peixe doente dentro de água fervente. Os peixes mais atacados por esta doença parecem ser os Anabantídeos, especialmente colisas e bettas. Felizmente esta doença é pouco contagiosa.
ESCAMAS ERIÇADAS
Parecida com a doença anterior, mas apresentando, além das escamas eriçadas, manchas vermelhas no corpo e nadadeiras. É causada pelo Bacterium lepidorthosae, um dos muitos assassinos invisíveis que espreitam os nossos aquários. O peixe atacado apresenta uma grande aceleração na respiração e os seus movimentos vão se tornando cada vez mais lentos, até uma total paralisia. A morte é inevitável e aconselhamos a terminar com a agonia do peixe, pois não se conhece nenhum tratamento eficiente. Uma boa desinfeção do aquário se impõe logo em seguida.

TREMATODOS
Estes vermes, especialmente os Girodactylus e os Dactylogyrus atacam as brânquias dos peixes, causando uma fatal hipersecreção das mucosas. O peixe se enfraquece, corre loucamente pela superfície da água, respira aceleradamente e acaba morrendo por exaustão. O tratamento deve ser começado o mais depressa possível. O uso do azul de metileno em quantidade que torne a água ligeiramente azulada, tem dado resultados satisfatórios.
Um bom tratamento, mas que terá que ser administrado com cautela, é o envenenamento dos Trematodos por sais de cobre. Basta introduzir um pedaço de cobre, bem lixado, no aquário onde estão os doentes. Deve ser retirado tão logo se observe o desaparecimento da doença, pois a sua prolongada permanência envenena também os peixes.

BURACOS NA CABEÇA (HEXAMITOSE)
É também chamada de "Doença dos Acarás" pois geralmente só ocorre em ciclídeos (Disco, Acará-Bandeira, Oscar, etc.). Causada pelo protozoário flagelado Hexamita. Ataca os órgãos internos, causando danos que podem ser irreversíveis. Falta de apatite. Ocorre o aparecimento de pus na região da cabeça, geralmente na região da boca, da testa e atrás dos olhos, em casos mais graves estende-se pela linha lateral, primeiro o peixe se torna escuro e para de comer, com isso perde peso rapidamente, buracos como crateras se desenvolvem e depois de dois ou três dias irão produzir pus, dificilmente os buracos fecham, mesmo com a cura do peixe. Na fase final aparecem inchações e perfuração na cabeça e no corpo. Não é muito contagiosa.
No tratamento, devemos utilizar rações medicadas e medicamentos a base de Dimetridazole e Metronidazole. Aumentar a temperatura para 32°C o que deve acabar com o pus temporariamente, passar mercúrio cromo no buraco também ajuda, colocar 25mg de Flagyl para cada 30 litros da água a cada 72 horas até a doença sumir, depois troque 70% da água do aquário-hospital mantendo a temperatura em 32°C. Espere 2 semanas e, caso não note melhora do peixe, repita a primeira etapa para garantir que a doença não volte.
 
TUBERCULOSE
A tuberculose dos peixes é causada pela bactéria Mycobacterium spp. O principail sinal é o acentuado emagrecimento do peixe, que fica com a barriga retraída, embora continue a se alimentar. Não existe um tratamento padrão, pois a doença normalmente é irreversível. Temos como principal atitude a prevenção, oferecendo no mínimo uma alimentação variada e de boa qualidade, caso seja identificada a presença de peixes contaminados no aquário, o isolamento ou a eliminação de todos suspeitos seria talvez o único meio de evitarmos uma epidemia. As condições de higiene do aquário deverão ser controladas. Algumas recomendações seriam: se possível baixar à temperatura a 25° a 20°C ou eleva-la à 30° a 32°C, fornecer uma forte aeração, uma boa filtragem, retirar todas as matérias em decomposição, dando luz suficiente e se possível submetendo a água à ação dos raios UV e alimentação reforçada de preferência ricas em proteínas (alimentos vivos).

EXOFTALMIA
Nota-se a pretuberância do globo ocular, por vezes acompanhada por uma ligeira opacifícação. Tanto pode ser a causa de uma infecção passageira, e neste caso é melhor deixar o peixe sossegado; como representar o sintoma de várias perturbações provocadas por uma água imprópria ou uma alimentação deficiente. Nesse último caso não existe cura, a única solução é evitar que isso aconteça.

SAPROLEGNIA
Quando, depois de um ferimento, cai uma escama, podem ali fixar-se esporos do fungo Saprolegnia. Desenvolve-se, então, ao lado da escama caída, uma excrescência, como um chumaço de algodão. Algumas gotas de azul de metileno duas vezes por dia sobre os fungos é o tratamento recomendado. Para isso, o peixe é recolhido em uma rede fora do aquário.

VERME ÂNCORA
Trata-se de um verme de aproximadamente uns 6 mm de comprimento por 1 mm de diâmetro que normalmente aparece fixado na nadadeira dorsal do animal, como se uma flexa o tivesse atravessado. Como tratamento, aconselha-se remover o verme. Para isso pode ser usada uma pinça, ou outro instrumento equivalente. Para mim, o mais fácil é separar um pano limpo e sem resíduos químicos para segurar o peixe, umidecer o pano na água do aquário, e segurar o peixe deixando apenas a área infectada exposta; remover o verme rapidamente com a pinça, pingar merthiolate no local (para evitar infecções) e devolver o peixe ao aquário.

ICHTHYOPHONUS
Também chamada de "Doença da boca branca". É outra forma de infecção causada por fungo de mesmo nome da doença, raramente diagnosticada pelo aquarista. É provocada pela ingestão por parte do peixe de cistos desse fungo presentes em outros peixes ou livres na água. O fungo desenvolve-se então no instestino e penetra nas vias sangüíneas. Os sintomas variam dependendo de onde a infecção tem início, mas podem ocorrer ulcerações na pele, inchação abdominal ou enfraquecimento. O tratamento é feito embebendo-se alimento seco em uma solução a 1:100 de fenoxetol, misturando aos peixes infectados. Remova sempre os peixes mortos do aquário o mais cedo que puder.

ENVENENAMENTO
Sinais: O peixe permanece logo abaixo da superfície da água, respirando forçado, mesmo que a filtragem e aeração estejam funcionando bem. Algumas vezes, o peixe corre pelo aquário, erraticamente.
Causa: Envenenamento por metais tal como o cobre (canos, excesso de algicida) ou amônia ou nitrito.
Tratamento: Em casos agudos, troque metade da água, imediatamente, repita após 12 horas, se necessário. Determine a causa e retire o material que causou o envenenamento.

INTOXICAÇÃO POR NITRITO (NH³)
Os sintomas são olhos embaçados, dificuldades respiratórias, inquietação (o peixe fica balançando na água e morre deitado). É causado por uma superpopulação de peixes no aquário, água não estabilizada e excesso de alimentos. Como tratamento, é aconselhável trocar a água e manter o peixe em água nova bem condicionada com produtos já existentes no mercado.

CHOQUE POR MUDANÇA DE pH e dH
Acontece em alguns peixes mais sensíveis quando são transferidos bruscamente do seu aquário, para outro com uma água diferente em acidez e dureza. O peixe, ao ser introduzido no aquário, nada com rapidez durante uns instantes, para depois cair no fundo com a respiração bastante acelerada e, se não for de novo colocado na água inicial, pode não resistir e morrer.
Também pode contribuir para esta situação uma diferença de alguns graus na temperatura dos dois aquários. Para evitar que isso aconteça, proceder de forma indicada na parte reservada à higiene.


Estas são, em breves linhas, as doenças mais comuns observadas em peixes vivendo em cativeiro. Se não houver mudanças bruscas de água ou temperatura, se os peixes forem devidamente alimentados, essas doenças serão evitadas. ATENÇÃO: Nunca se deve usar um remédio diretamente no aquário comunitário, pois o remédio afeta as plantas e destrói toda a microfauna da água, causando um desequilíbrio biológico. Só use em caso em que a epidemia se revele incontrolável, trocando toda a água ao final do tratamento. Abaixo, alguns acessórios úteis no tratamento dos peixes.

fonte: http://www.portalnetuno.kit.net/doencas.htm

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